quinta-feira, 9 de março de 2017

Nacionalismo e Universalismo

Ensinar que o Nacionalismo é a guerra em potência senão em acto, baseia-se, igualmente, no desconhecimento e na incompreensão. Já Sardinha exclamava ser impossível reconstruir «o tipo histórico duma nacionalidade desligando-o por completo do ambiente em que houvesse de respirar e de se prolongar».
Quer dizer: a existência duma Pátria não se pode conceber sem a existência doutras, que são de facto o estrangeiro, mas em relação a nós, desempenhando uma função na própria consciência do nosso país.
Por isso o nacionalismo cuja ideia-força fosse a destruição dos outros povos seria antes um imperialismo internacionalista.
Repelindo o Individualismo na sua tradução interna, isto é, como Demo-Liberalismo, repelindo-o nas suas modalidades externas como cosmopolitismo que pretende abater as fronteiras para «libertar o homem», opondo-se ao mito duma Humanidade inexistente em relação a qual se pretenda organizar geometricamente o Mundo, afirmando o respeito pelas outras pátrias, afirmando a dignidade das totalidades humanas reais, afirmando a superação do indivíduo pela pessoa, o Nacionalismo surge como expressão verdadeira actual e concreta do Universalismo."

António José de Brito
in Mensagem, Nacionalismo e Universalismo, nº4, 3 de Abril de 1947. Texto integral em Dissidente.info.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves