terça-feira, 26 de outubro de 2010

Retalhos de um Professor de Piano

Elle avait réussi, de tout façon, la conquête du belle, de la pure inocence.
Maintenant, il faudrait conquérir la jeunesse.

Estava eu a tocar algumas reduções para piano de peças de um catálogo de obras orquestrais para escolha dos meus alunos, quando um começa a gritar "Camarão, Camarão" (a partir do minuto 2.51); noutra peça "É ZON, 50 por centooooooo", cantando em italiano; outra ainda lembrou-se da publicidade do óleo FULA (de mau gosto, com horríveis expressões faciais, só faz com que comprem azeite, que é melhor e não vai ficar tão mais caro).

Aparte político: os cognominados "sábios" parecem mais crianças que os meus alunos, andam sempre pretensamente "à turra e à massa", com o fala pra mão que eu não estou a ouviiiiiir , nã nã nã nãããã nã , ou "quem diz é que é", ou o clássico, "a culpa é dele, não é minha".

Reparei assim na sala de aula que a publicidade tem um poder tão vasto e tão forte, que os meus alunos acabaram por escolher peças que conheciam mas mais difíceis, em vez daquelas que eu pensava serem mais adequadas para o nível interpretativo e técnico deles.
Pelo menos vão memorizar mais cedo e mais rapidamente.

E esta hein?

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves